Prof. Diego Marihama

Educação Disruptiva

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Educar como caminho interior à luz de Santo Agostinho e do Jubileu da Esperança

Diego Kenji de Almeida Marihama

Peregrinação Jubilar do Setor Universidades – CNBB

Na perspectiva do pensamento de Santo Agostinho, educar é mais do que transmitir conteúdos; é despertar, no interior de cada ser humano, a presença da Verdade que já habita em sua alma. Nesse sentido, o papel dos educadores nos colégios católicos é profundamente pastoral. São mestres da escuta, da mediação e do cuidado, capazes de ajudar seus alunos a voltarem-se para dentro e, ali, encontrarem a presença viva de Deus.

Em um tempo marcado por incertezas, rupturas e feridas sociais, o Jubileu convocado pela Igreja sob o tema Peregrinos da Esperança nos interpela a viver a educação como um caminho de fé e compromisso com o bem comum. Trata-se de uma esperança que não é ingênua, mas que, como dizia Agostinho, nasce da tensão entre a indignação diante da injustiça e a coragem para transformá-la com sabedoria e amor.

Ser educador, hoje, é ser peregrino da esperança: alguém que caminha com os outros, que não se acomoda diante das dores do mundo, mas que também não se perde no desânimo. É aquele que, movido por uma inquietação autêntica, rejeita o conformismo e cultiva a coragem do Evangelho — uma coragem silenciosa, perseverante, que se expressa na presença constante, no gesto acolhedor, na palavra que edifica.

Nos colégios católicos, esse caminho se concretiza em propostas pedagógicas vivas e criativas, que favorecem o desenvolvimento humano em todas as suas dimensões, fortalecem os vínculos comunitários e incentivam o compromisso coletivo com o bem comum. São experiências que articulam fé, ciência e cultura, valorizando a escuta ativa, o pensamento crítico e a abertura ao transcendente.

A missão dos professores, nesse horizonte, é a de mediadores de sentido. Não apenas facilitadores da aprendizagem, mas testemunhas de uma esperança que se constrói na prática cotidiana, no diálogo com as famílias, na escuta atenta, na criação de ambientes inspiradores. São mediadores que ajudam seus alunos a interpretarem o mundo e a agirem sobre ele com discernimento, criatividade e ética.

A educação católica, iluminada pela sabedoria de Agostinho e impulsionada pelo chamado jubilar, torna-se, assim, um verdadeiro exercício de peregrinação: caminho partilhado, onde cada encontro é oportunidade de conversão, cada desafio é ocasião de crescimento, e cada jovem é uma promessa de futuro que já começa a se realizar.

Concluímos, então, com as palavras do próprio Santo Agostinho, que sintetizam o espírito desta missão: “Volta-te para dentro de ti; no interior do homem habita a verdade.” Educar é, portanto, ajudar cada ser humano a fazer esse caminho interior, reconhecendo que a verdade, a beleza e o bem já o habitam — e que, ao despertá-los, colaboramos com a obra de Deus no mundo.

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